O Castelo

Era uma vez, uma princesa, que vivia no seu grande e belo castelo.

A princesa costumava caminhar pelo jardim com o seu animal de estimação, juntos davam longas caminhadas, o sol quente da tarde era perfeito para ouvir os passarinhos cantar e observar a natureza.

A princesa evitava a todo o custo estar no castelo, o seu exterior era imperial e majestoso, mas o interior apesar de estar sempre cheio de pessoas, era um sítio frio, impessoal e vazio.

Para além da princesa, quem habitava aquele castelo era a sua família e aliados, admiradores, ou seguidores, como queiram chamar-lhes.

Quando se cruzavam pelos corredores, cada familiar lhe transmitia uma energia diferente, e cada um lhe dizia uma cor, mas quando todos se reuniam, todos diziam a mesma cor… A energia era pesada e negra, apesar das gargalhadas e do ambiente aparentemente harmonioso.

Certo inverno, foi tão frio e tão chuvoso que a princesa teve que passar mais tempo dentro daquelas paredes que pareciam as grades de uma prisão, queria voltar a apreciar os jardim e a desfrutar da companhia do seu fiel e paciente animal de estimação pela natureza.

Cada vez que se sentava à mesa com todos, sentia que não pertencia ali, que não tinha nada em comum com aquelas pessoas, não se identificava com nada daquilo. Caminhava nos corredores na esperança de aliviar um pouco a tensão, mas não resultava, apenas a deixava mais desesperada e claustrofóbica.

Fechou-se nos seus aposentos, com o seu animal de estimação, ficava na varanda a observar a liberdade e beleza da natureza, tinha a vista perfeita para o grandioso jardim.

Finalmente, a primavera!!

A princesa correu para o jardim, e continuou a correr e a correr e a correr… Sentir aquele cheiro da natureza entrar nos pulmões, aqueles sons das folhos baterem umas nas outras e aquela energia pura, era tranquilidade, paz e o sentimento de plenitude.

Durante o seu isolamento nos seus aposentos, teve uma ideia!

Decidiu que a primavera era a altura ideal para a colocar em prática.

Todos os dias, depois do seu passeio pelo jardim com o seu animal de estimação, passava pela construção do novo jardim!

A princesa concluiu que não era necessário estar presente fisicamente apenas por ser o correto, uma vez que não se identificava com os restantes ocupantes do castelo.

Não podia sentir-se culpada ou maldosa por não ser presente, errado seria estar presente e não estar confortável, isso seria de mau gosto, e seria ser igual a todos os que a rodeavam.

Daí surgiu a ideia de fazer um novo jardim, mas desta vez com cobertura, para poder passear durante o inverno, ou até mesmo durante a noite.

Assim, sentia-se bem e sem remorso, o facto de não estar presente não significa que não tenha emoções ou sentimentos no que toca aos restantes moradores, no entanto, a princesa tinha esperança de que todos pensassem da mesma forma…

Mas também se não pensarem assim, é sinal de que não a conhecem mesmo nada bem… Mas também, isso chegou ao ponto de ser relativo...

Once upon a time, a princess, she lived in her big and beautiful castle.

The princess used to walk in the garden with her pet, together they took long walks, the warm afternoon sun was perfect to hear the birds sing and observe nature.

The princess avoided at all costs being in the castle, its exterior was imperial and majestic, but the interior, despite being always full of people, was a cold, impersonal and empty place.

In addition to the princess, who lived in that castle was her family and allies, admirers, or followers, as they please.

When they crossed the corridors, each family member transmitted an energy to him, and each one told him a color, when everyone got together, everyone said the same color...

The energy was heavy and black, despite the laughter and the harmonious atmosphere.

One winter, it was so cold and rainy that the princess had to spend more time inside those walls that looked like the bars of a prison, she wanted to go back to enjoying the gardens and enjoying the company of her faithful and patient pet.

Every time he sat at the table with everyone, he felt he didn't belong there, that he had nothing in common with those people, he didn't identify with any of that. He walked the corridors hoping to relieve some of the tension, but it didn't work, it just made her more desperate and claustrophobic.

He closed himself in his rooms, with his pet, stayed on the balcony to observe the freedom and beauty of nature, had the perfect view of the grand garden.

Finally, spring !!

The princess ran into the garden, and continued to run and run and run ... Feeling that smell of nature entering her lungs, those sounds of frills hitting each other and that pure energy, was tranquility, peace and the feeling of fullness.

During his isolation in his quarters, he had an idea. And he decided that spring was the ideal time to put it into practice.

Every day, after his walk in the garden with his pet, he went through the construction of the new garden!

The princess concluded that it was not necessary to be physically present just for being correct, since she did not identify with the other occupants of the castle.

She couldn't feel guilty or mean for not being there, wrong would be to be there and not be comfortable, that would be in bad taste, and it would be like everyone around her.

Hence the idea of ​​creating a new garden, but this time with a roof, to be able to walk during the winter, or even at night.

Thus, he felt well and without remorse, the fact that he was not present does not mean that he has no emotions or feelings with regard to the other residents, however, the princess hoped that everyone would think the same way ...

But also if they don’t think like that, it’s a sign that they don’t really know her at all…

But also, it got to the point of being relative...