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Capítulo VIII

Foto do escritor: Lola Lola

O que saiu daquele ataque de raiva foi uma verdadeira obra de arte.

Apolo observou o desenho no papel, e estava qualquer coisa de extraordinário! Nem ele sonhava fazer algo daquele género.

Sentia-se orgulhoso do seu feito, então decidiu colar o desenho na parede do quarto, para o relembrar de que tem jeito, que tem gosto, que tem orgulho no seu trabalho e que vale a pena continuar, nem que seja por prazer próprio.

Saiu de casa, foi automaticamente ao local onde costuma ouvir as bandas de rua, hoje era só um rapaz que estava a cantar com a sua viola, músicas calmas e muito bem tocadas e cantadas.

Apolo sentou-se no degrau mais perto e deixou-se ficar a desfrutar do momento, estava relaxado e tranquilo, como já não estava à algum tempo.

- Olá!

De repente, olhou para o lado e viu Freya!

Apolo estava espantado, ficou uns segundos sem reação e sem saber o que dizer. Como é que esta rapariga aparece e desaparece assim, do nada?! Este foi o seu primeiro pensamento.

- Olá. - conseguiu finalmente responder, ainda sem tirar os olhos de Freya, não fosse ela desaparecer de novo.

- Já fiz o que tinha a fazer, agora tenho que ir andando.

Sem perceber o que queria dizer com aquilo, precipitou-se e deu um abraço à sua amiga, e muito baixinho disse: Obrigado, com um sorriso no rosto.

Freya devolveu-lhe o sorriso, levantou-se e começou a caminhar.

Apolo absorveu aquela imagem, de uma rapariga de olhos grandes, vestido branco e pés descalços, para não se esquecer.

Ao som da música, começou por recordar quando Freya apareceu a primeira vez, quando estava numa rotina de sobrevivência, solidão e sem rumo. Depois disso, começou a descobrir coisas, sítios e atividades que jamais sabia que existiam, que jamais tinha pensado em explorar e muito menos que iria vir a gostar tanto.

Agora tinha algo a que se agarrar, apaixonou-se pela vida, por explorar o que ela tem de melhor, mesmo que isso implique a rejeição, a falta de vontade, ou a desilusão, faz parte, e tudo o que vem com ela, é bem vindo.

Obrigado! Foi o que conseguiu dizer para si mesmo, uma vez que Freya já não estava lá para ouvir.

Não sabia quem ela era, de onde veio, nem o porquê de ter aparecido. Mas estava grato por isso, apesar de todas as culpas, foi graças a ela que hoje estava confiante, apaixonado e ambicioso!

Por vezes, é necessário, que algo ou alguém nos ajude a ver que existe mais para além de uma rotina, que somos mais do que pensamos ser, que somos capazes de coisas impensáveis, e que merecemos mais do que esperamos.

Para tudo é preciso ir à descoberta, a vida é uma aventura e cabe-nos a nós explora-la para puder desfruta-la.





What came out of that tantrum was a real work of art.

Apollo observed the drawing on the paper, and there was something extraordinary! Nor did he dream of doing something like that.

He was proud of his achievement, so he decided to stick the drawing on the bedroom wall, to remind him that he has a way, that he tastes, that is proud of his work and that it is worth continuing, even if it is for his own pleasure.

He left home, went automatically to the place where he usually listens to street bands, today he was just a boy who was singing with his viola, calm songs and very well played and sung.

Apolo sat on the nearest step and allowed himself to enjoy the moment, he was relaxed and calm, as he had not been for some time.

- Hi!

Suddenly, he looked to the side and saw Freya!

Apollo was amazed, he was a few seconds without reaction and not knowing what to say. How does this girl appear and disappear like that, out of nowhere ?! This was his first thought.

- Hello. - he finally managed to answer, still without taking his eyes off Freya, if she were not to disappear again.

- I already did what I had to do, now I have to get going.

Without realizing what he meant by that, he rushed over and gave his friend a hug, and very quietly said: Thank you, with a smile on your face.

Freya returned the smile, got up and started walking.

Apolo absorbed that image, of a girl with big eyes, a white dress and bare feet, so as not to forget.

At the sound of the music, he started to remember when Freya first appeared, when he was in a routine of survival, loneliness and aimlessness. After that, he began to discover things, places and activities that he never knew existed, that he had never thought of exploring and much less that he would come to enjoy so much.

Now she had something to hold on to, she fell in love with life, exploring the best of it, even if it means rejection, unwillingness, or disillusionment is part, and everything that comes with it, welcome.

Thank you! That was what he managed to say to himself, since Freya was no longer there to listen.

I didn't know who she was, where she came from, or why she appeared. But I was grateful for that, despite all the guilt, it was thanks to her that today I was confident, passionate and ambitious!

Sometimes it is necessary for something or someone to help us to see that there is more than just a routine, that we are more than we think we are, that we are capable of unthinkable things, and that we deserve more than we expect.

Everything needs to be discovered, life is an adventure and it is up to us to explore it so that we can enjoy it.


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